Os SENTIDOS DA PELE: ELEMENTOS PSICOSSOMÁTICOS, BIOLÓGICOS E SIMBÓLICOS

Resumo

A pele, para além de sua função biológica, configurou-se como um território simbólico no qual corpo e psique se entrelaçaram em comunicação contínua. Este artigo, de natureza teórica, estruturou-se como uma revisão bibliográfica interdisciplinar, articulando saberes da fisiologia, psicodermatologia e psicanálise, com o objetivo de compreender as manifestações cutâneas como expressões subjetivas de conflitos emocionais não simbolizados. Com base no conceito de Eu-Pele, introduzido por Didier Anzieu, discutiu-se o papel da pele como envelope psíquico e mediadora dos limites do Eu. A literatura especializada consultada evidenciou que alterações dermatológicas, frequentemente associadas ao estresse, à ansiedade e à depressão, demandam uma escuta clínica ampliada, que considere o sofrimento psíquico subjacente. Ao integrar dimensões biológicas e psíquicas, concluiu-se pela necessidade de um cuidado integral e humanizado, que reconheça a pele como linguagem do sujeito e interface viva com o mundo.